Hipnose

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Hipnose, segundo a atual definição pela Associação Americana de Psicologia, é um estado de consciência que envolve atenção focada e consciência periférica reduzida, caracterizado por uma maior capacidade de resposta à sugestão.1 É um estado mental (teorias de estado) ou um tipo de comportamento (teorias de não-estado) usualmente induzidos por um procedimento conhecido como indução hipnótica, o qual é geralmente composto de uma série de instruções preliminares e sugestões. O uso da hipnose com propósitos terapêuticos é conhecido como "hipnoterapia".

Contudo, talvez a definição mais objetiva possível de hipnose seria a seguinte: alguém comanda (o hipnotista) e alguém obedece (o hipnotizado), geralmente de modo extremo ou pouco comum.

As pessoas que são hipnotizadas costumam relatar alterações de consciência, anestesia, analgesia, obedecendo e realizando os atos mais variados e extremos sob este pretenso estado.

O termo "hipnose" (grego hipnos = sono + latim osis = ação ou processo) deve o seu nome ao médico e pesquisador britânico James Braid (1795-1860), que o introduziu pois acreditou tratar-se de uma espécie de sono induzido. (Hipnos era também o nome do deus grego do sono). Quando tal equívoco foi reconhecido, o termo já estava consagrado, e permaneceu nos usos científico e popular.

Contudo, deve ficar claro que hipnose não é uma espécie ou forma de sono. Os dois estados de consciência são claramente distintos e a tecnologia moderna pode comprová-lo de inúmeras formas, inclusive pelos achados eletroencefalográficos de ambos, que mostram ondas cerebrais de formas, frequências e padrões distintos para cada caso. O estado hipnótico é também chamado transe hipnótico.

 

 

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Generalidades

Hipnose, no sentido de transe ou estado hipnótico, pode ser auto-induzida ou alter-induzida.

Hipnose auto-induzida, também chamada de auto-hipnose, consiste na aplicação das sugestões hipnóticas em si mesmo.

Hipnose alter-induzida pode, por analogia, ser chamada alter-hipnose — embora esta não seja expressão de uso corrente — e consiste na aplicação de sugestões hipnóticas por outra (latim alter = outro) pessoa (o hipnotizador) num aquiescente (hipnotizado, paciente).

Alguns especialistas afirmam que toda hipnose é, afinal, auto-hipnose, pelo fato de depender precisamente da aquiescência ou consentimento (num dado grau ou nível, ainda que incipiente) daquele que deseja ou, pelo menos, concorda com ser hipnotizado.

Na maioria dos indivíduos, é possível induzi-la com métodos e técnicas diversos.

Quando um hipnotizador induz um transe hipnótico, estabelece uma relação ou comunicação muito estreita com o hipnotizado. Isso, de fato, é essencial para o sucesso da hipnose.

Hipnose muitas vezes é empregada em tratamentos psicológicos e médicos (e/ou psiquiátricos). Quando em uso por psicólogos e médicos — sendo o paciente submetido à hipnose, para o desejado fim terapêutico — fala-se apropriadamente em hipnose terapêutica (hipnoterapia).

Com efeito, é possível tratar alguns problemas de comportamento, como o tabagismo, as disfunções alimentares (como anorexiabulimiadesnutrição e obesidade), bem como a insônia, entre tantos problemas, com o uso adequado e competentemente supervisionado da hipnose — a hipnoterapia.

Se é o terapeuta que se acha em estado ou transe hipnótico (usualmente auto-induzido, conquanto possa ser também alter-induzido) — e, nesse estado hipnótico, prescreve tratamento para a cura de doenças ao paciente em estado não-hipnótico, emprega-se o termo hipniatria, sendo que o terapeuta, neste caso, passa a ser chamado de hipniatra.

Contudo, a maioria dos médicos psiquiatras ainda acredita que as doenças psiquiátricas fundamentais têm melhor tratamento e, portanto, chance de sucesso ou cura, com o paciente em estado de consciência normal (desperto ou de vigília).

Em anestesiologia, o termo hipnose pode referir-se ao estado de inconsciência temporário induzido pela administração de fármacos específicos, segundo a concepção original do termo, embora seja uso inapropriado do termo.

Algumas vezes, usa-se hipnose apenas com propósitos de apresentação circense ou assemelhada, conhecida como "hipnose de palco". Ao contrário do que algumas pessoas ignorantes pensam, muito raramente há charlatanismo, pois tal seria mais difícil de realizar que o show honesto.

É frequentemente referido na literatura especializada, não ser possível o seu uso com propósitos antiéticos, visando obter de alguém (hipnotizado) alguma vantagem ou subserviência para fins escusos. Nesse ponto todos os hipnólogos estão de acordo, pelo que já nem é tema de discussão técnica.

Atualmente a versão mais abrangente da hipnose é a escola da hipnose ericksoniana também é conhecida como hipnose moderna, pelo motivo de utilização do método conversacional ou simplesmente o uso coloquial das palavras. Em uma conversa tradicional ou em uma narração de histórias a pessoa é levada a um estado alterado de consciência, facilitando o entendimento, processamento e interação inconscientes.

 

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Histórico da hipnose

Franz Anton Mesmer

Franz Anton Mesmer (1734–1815) acreditava que existia uma forma magnética ou "fluido" universal que influenciava a saúde do corpo humano.  A saúde e a doença seriam frutos de desequilíbrios deste fluido universal.  Ele fez experiências com ímãs para alterar este campo, e portanto, realizar curas. Por volta de 1774, ele concluiu que os mesmos efeitos poderiam ser criados com movimentos das mãos, a uma distância, na frente do corpo do paciente, conhecido como fazer "passes mesméricos". A palavra mesmerizar se origina do nome de Franz Anton Mesmer, e foi intencionalmente utilizada para separar seus utilizadores dos vários "fluidos" e teorias "magnéticas" que eram utilizadas dentro da denominação "magnetismo".

Em 1780, a pedido do rei francês Luis XVI, uma Comissão de Inquérito iniciou investigações para confirmar se existia mesmo um Magnetismo Animal. Entre os membros da comissão estavam o pai da química moderna Antoine Lavoisier, o cientista Benjamin Franklin e um especialista em controle da dor Joseph-Ignace Guillotin. Mesmer conseguia resultados espetaculares em muitos casos nos quais os médicos convencionais não conseguiam ajudar. Este fato já havia enfurecido a comunidade médica que o forçou, nesta época, a sair de Viena para Paris. Quando nenhuma evidência científica foi encontrada para explicar essas curas, elas foram proibidas.

O mesmerismo permitia induzir a estados alterados de consciência e era possível até mesmo realizar cirurgias sob anestesia hipnótica por esse método. Em Londres foi fundado o "Mesmeric Hospital", por John Elliotson, discípulo de Mesmer.

James Braid

James Braid (1795-1860), iniciou a hipnose científica. Cunhou, em 1842, o termo hipnotismo (do grego hipnos = sono), para significar o procedimento de indução ao estado hipnótico.Hipnosehipnotismo, ficou logo claro, eram termos inadequados (não se dorme durante o processo). O uso, porém, já os havia consagrado e não mais se conseguiu modificá-los, remanescendo até a atualidade.

James Esdaile

James Esdaile (1808-1868), utilizou, como cirurgião, a anestesia hipnótica (hipnoanalgesia) para realizar aproximadamente 3.000 (três mil) cirurgias sem a necessidade de anestésicos químicos. Nestas estão incluídas até mesmo extração de apêndice entre outros procedimentos de grande vulto. Todas as cirurgias estão devidamente catalogadas. Talvez o método de Esdaile não tenha tido maior projeção científica porque, à mesma época, foram descobertos os anestésicos químicos (éter, clorofórmio e óxido nitroso) que passaram a fazer parte dos procedimentos médicos da nobreza europeia. Curioso é saber que os anestésicos químicos mataram muito mais pessoas que se imagina, dada à ignorância das reações ao procedimento. Tal nunca ocorreu com a hipnose.

Ivan Pavlov

Ivan Pavlov (1849-1936), famoso neurofisiologista russo, conhecido por suas pesquisas sobre o comportamento, que foram o ponto de partida para o behaviorismo e o advento dapsicologia científica do comportamento; estudou os efeitos da hipnose sobre o córtex cerebral e a indicação terapêutica deste tipo de intervenção.

Jean Charcot

Jean Charcot (1825-1893), conhecido médico da escola de Salpetriére (França), professor de Freud, estudou os efeitos da hipnose em pacientes histéricos. Charcot afirmava que apenas histéricos eram hipnotizáveis, mas outros médicos contemporâneos constataram que a hipnose é parte do funcionamento normal do cérebro de qualquer pessoaMuitos dos erros cometidos por Charcot (e repetidos por Freud) levaram a crer na ineficácia da hipnose, o que foi rebatido anos depois.

Sigmund Freud

Sigmund Freud (1856-1939), médico neurologista, nascido na Morávia (atual República Tcheca), autor da maior literatura acerca do inconsciente humano, fundador da psicanálise, aplicou a hipnose profunda no começo de sua carreira e acabou por abandoná-la, pois, ele a utilizava para a obtenção de memórias reprimidas (Freud não sabia que nem todas as pessoas são suscetíveis à hipnose profunda facilmente).

Dave Elman

Apesar de Dave Elman (1900–1967) ser conhecido primeiramente como um notório locutor de rádio, comediante e compositor musical, ele também ficou famoso no campo da Hipnose. Ele lecionou vários cursos para médicos e escreveu, em 1964, o livro: “Findings in Hypnosis” (Descobertas na Hipnose) , que depois foi denominado “Hypnotherapy” (Hipnoterapia) .

Provavelmente, um dos aspectos mais importantes do legado de Dave Elman foi o seu método de indução, que originalmente foi construído para realizar a hipnose de um modo rápido e depois adaptada para o uso de profissionais médicos; os seus discípulos rotineiramente obtinham estados hipnóticos adequados para procedimentos médicos ou cirúrgicos em menos de três minutos. Seu livro e suas gravações deixaram muito mais que somente sua técnica de indução rápida. A primeira cirurgia cardíaca de tórax aberto utilizando somente hipnose no lugar de uma anestesia (por causa de vários problemas severos do paciente) foi conduzida por seus estudantes, tendo Dave Elman como orientador na sala de cirurgia. 

Milton Erickson

Milton Erickson (1901-1980), psiquiatra norte-americano, especializado em terapia familiar e hipnose. Fundou a American Society of Clinical Hypnosis e foi um dos hipnoterapeutas mais influentes no pós-guerra. Ele publicou vários livros e artigos científicos na área. Durante a década de 1960, Erickson popularizou um novo tipo de hipnoterapia, conhecida como hipnose ericksoniana, caracterizada principalmente por sugestão indireta, "metáforas" (na realidade, analogias), técnicas de confusão, e duplo vínculos no lugar de uma indução hipnótica clássica.

Enquanto a hipnose clássica é direta e autoritária, e muitas vezes encontra resistência do paciente, a forma que Erickson apresentou é permissiva e indireta. Por exemplo, se na hipnose clássica é utilizado na indução "Você está entrando agora em um transe hipnótico", na hipnose ericksoniana a indução seria utilizada na forma "você pode aprender confortavelmente como entrar em um transe hipnótico". Desta forma, dá a oportunidade ao paciente a aceitar as sugestões com as quais se sentirão mais confortáveis, no seu próprio ritmo, e com consciência dos benefícios. A pessoa a ser hipnotizada sabe que não está sendo coagida, tomando para si a responsabilidade e a participação na sua própria transformação. Como a indução se dá durante uma conversa normal, a hipnose ericksoniana também é chamada de hipnose conversacional.

Erickson insistia que não era possível instruir conscientemente a mente inconsciente, e que sugestões autoritárias seriam muito mais prováveis de obter resistência. A mente inconsciente responderia a aberturas, oportunidades, metáforas, símbolos e contradições. A sugestão hipnótica eficaz, então, seria "artisticamente vaga", deixando a oportunidade para que o hipnotizado possa preencher as lacunas com seu próprio entendimento inconsciente - mesmo que eles não percebam conscientemente o que está acontecendo. Um hipnoterapeuta habilidoso constrói essas lacunas nos significados de modo que melhor se adequa para cada indivíduo - de uma forma que tem a maior probabilidade de produzir o estado de mudança desejado.

Por exemplo, a frase autoritária "você vai deixar de fumar" teria uma menor probabilidade de atingir o inconsciente que "você pode se tornar um não-fumante". A primeira é um comando direto, para ser obedecido ou ignorado (e observe que ela chama a atenção para o ato de fumar), a segunda é um convite aberto para uma mudança permanente e possível, sem pressão, e que é menos provável de encontrar resistência.

Richard Bandler e John Grinder identificaram esse tipo de linguagem "artisticamente vaga" como uma característica do seu 'Milton Model', como uma tentativa sistemática de codificar os padrões de linguagem de Erickson.

"Eu digo isso não porque este livro é sobre minhas técnicas hipnóticas, mas porque já passa da hora de entender que a necessidade de reconhecer que uma comunicação com sentido pleno necessita substituir verborréias repetitivas, sugestões diretas e comandos autoritários" - Milton Erickson. 

 

 

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Conceitos de hipnose

  • Segundo Milton H. Erickson:
“Suscetibilidade ampliada para a região das capacidades sensoriais e motoras para iniciar um comportamento apropriado.”
  • Segundo a American Psychological Association — (1993):
“A hipnose é um procedimento durante o qual um pesquisador ou profissional da saúde, sugere que um cliente, paciente ou indivíduo experimente mudanças nas sensações, percepções, pensamentos ou comportamento.”
  • Segundo os psicólogos Clystine Abram e Gil Gomes:
“A hipnose é um estado de concentração focalizada que permite acessar as estruturas cognitivas, os pensamentos e as crenças, identificando os sentimentos que estão relacionados a essa forma de processar os estímulos percebidos. Adequando o processamento das percepções e absorvendo o que é sugestionado.”
  • Segundo o psicólogo e especialista em Hipnose, Odair J. Comin:
“A hipnose é um conjunto de fenômenos específicos e naturais da mente, que produzem diferentes impactos, tanto físicos quanto psíquicos. Esses fenômenos poderão ser induzidos ou autoinduzidos através de estímulos provenientes dos cinco sentidos, sejam eles conscientes ou não.”
“Hipnose é uma super concentração da mente. Normalmente a mente se ocupa de vários estímulos ao mesmo tempo; no estado de hipnose, a concentração se dá apenas em uma única coisa, mas em um grau mais elevado do que o estado comum.”
"A hipnose, em termos mais estritamente descritivos, é o procedimento de sugestões reiteradas e exaustivas, aplicadas geralmente com voz serena e monotônica em sujeitos que algumas vezes correspondem às mesmas, realizando-as, seja no plano psicológico ou comportamental. Estes sujeitos responsivos também costumam relatar alterações de percepção e consciência durante a indução hipnótica. E em alguns casos respondem de modo surpreendente ao que lhes é sugerido, o que pode incluir, por exemplo, anestesia, alucinações, comportamento bizarro e ataques convulsivos." (p. 15)

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Competência, método e técnica em hipnose

Método refere-se ao caminho utilizado por um sujeito para alcançar dado objeto; técnica, ao instrumento utilizado para esse fim.

Quanto ao método, é essencial que o hipnotizador estabeleça estreito vínculo de confiança com o intencionado a ser hipnotizado. Assim, a empatia entre ambos é, em realidade, o caminho através do qual a(s) técnica(s) poderá(ao) ser aplicada(s).

Conquanto psicólogos e médicos hipnoterapeutas possam reivindicar exclusividade em tal domínio, é também verdadeiro que hipnotizadores leigos podem desenvolver as habilidades de hipnose com perfeito sucesso em praticamente todas as áreas.

É de se observar que países diferentes tratam diferentemente a matéria. Na Inglaterra e em muitos países europeus, não é exigida essa formação pregressa para que o hipnotizador exerça efetivamente a hipnoterapia: basta que, submetido, a uma banca examinadora competente, comprove ser capacitado para tal. Nos Estados Unidos a profissão de hipnoterapeuta está registrada no catálogo federal de ocupações há mais de 30 anos, sendo que profissionais não formados nas áreas de medicina ou psicologia trabalham apenas com mudanças vocacionais e avocacionais, podendo, sob recomendação, auxiliar em tratamentos médicos e psicológicos através da hipnoterapia. No Brasil a hipnose é uma técnica de livre exercício.

Há todo um conjunto de técnicas desenvolvidas para levar o paciente a experimentar tal estado especial, entre elas:

  • Fixação do olhar;
  • Sugestões verbais;
  • Indução de relaxamento ou visualizações;
  • Concentração de foco de atenção, geralmente interiorizado;
  • Aplicação de estímulo de qualquer natureza, repetitivo, rítmico, débil e monótono;
  • Utilização de aparelhos eletrônicos, com estímulo de ondas cerebrais alfa.

 

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Características do estado hipnótico

Transe hipnótico não é inconsciência

Embora durante a indução hipnótica frequentemente se utilizem expressões como “durma” e “sono”, tal é feito porque tais palavras criam a disposição correta para o aparecimento do transe. Não significam, em absoluto, ingresso em estado inconsciente.

Traçados eletroencefalográficos de pacientes em transe, mesmo profundo, aparentemente adormecidos, revelam ondas alfa características do estado de vigília em relaxamento.

O paciente em transe percebe claramente o que ocorre à sua volta, e pode relatá-lo.

A parte mais importante da indução hipnótica se denomina rapport, que pode ser definido como uma relação de confiança e cooperação entre o hipnólogo e o paciente. Qualquer violação desta relação com sugestões ofensivas à integridade do paciente resultaria em interrupção imediata e voluntária do estado de transe por parte do mesmo. Infundado, portanto, o temor de revelar segredos contra a vontade ou praticar atos indesejados. Da mesma forma, a crença de que se pode morrer em transe, ou não mais acordar é meramente folclórica e não corresponde à realidade. Um paciente “esquecido” pelo hipnólogo sairia espontaneamente do transe ou passaria deste para sono fisiológico em poucos minutos.

Auto-hipnose

Na verdade o paciente não é propriamente hipnotizado, mas antes ensinado a desenvolver o estado de transe hipnótico. Tal só poderá ser realizado com seu consentimento e participação ativa e interessada nos exercícios propostos. A velocidade do aprendizado e os fenômenos que podem ou não ser desencadeados variam de pessoa para pessoa. O treinamento é composto de uma série de exercícios que vão aperfeiçoando a capacidade do indivíduo de aprofundar a sua experiência hipnótica.

Hipnoterapia: aplicações

Tratamento de doenças orgânicas e funcionais

Há um número muito grande de doenças em que não existe lesão ou comprometimento da estrutura de determinado órgão. Estas doenças são conhecidas como doenças funcionais, e nesse grupo de patologias a hipnose, assim como o efeito placebo, obtém excelentes resultados.

Como exemplos de disfunções, citam-se:

  1. Neurológicas: Enxaquecas e outras cefaleias crônicas; certas tonturas e vertigens; zumbidos (tinnitus);
  2. Digestivas: Gastrites; dispepsias; obstipações; certas diarreias crônicas (síndrome do cólon irritável); halitose;
  3. Respiratórias: Asmas brônquicas; rinites alérgicas; roncos e apneia do sono;
  4. Genitourinárias: Enurese noturna; incontinência urinária; disúria funcional; dismenorreia; tensão pré-menstrual.
  5. Sexuais: Impotência psicológica; frigidez e vaginismo; ejaculação precoce; diminuição do libido;
  6. Dérmicas: Urticária e outras alergias; doenças de pele associadas a fatores emocionais;
  7. Cardiovasculares: Hipertensão arterial essencial, certas arritmias cardíacas.

Em todas as outras doenças, hipnose também é indicada, podendo auxiliar quer no manejo dos sintomas desagradáveis ou ainda potencializando ou provendo os recursos de cura do próprio paciente.

Sabe-se hoje da íntima relação do sistema imunológico e fatores emocionais. A prática da hipnose pode predispor o organismo como um todo para a cura ou manutenção da saúde.

Obviamente não se indica a hipnose como tratamento isolado ou principal para doenças graves como o câncer. O paciente portador de câncer, entretanto, que receber treinamento em hipnose, pode precisar de menores doses de medicação analgésica, controlar melhor os efeitos adversos do tratamento quimioterápico e radioterápico, ter melhor apetite e disposição geral, além de uma postura mais positiva frente à doença e seu tratamento.

Tratamento de distúrbios psicológicos

  • Ansiedade, pânico, fobias, depressão e outros.

O sofrimento psicológico pode ser tão ou mais intenso e incapacitante quanto dor física.

As atuais técnicas psicoterápicas nem sempre são eficazes e por vezes são muito demoradas e onerosas.

Medicamento, conquanto competentemente prescrito, está frequentemente associado a efeitos colaterais, secundários desagradáveis. Afora o fato de, também com frequência, não se conhecer medicamente, com a profundidade necessária e suficiente, da doença.

Quer seja prescrita e praticada por hipnólogo médico ou por médico prescrita / recomendada, porém praticada por hipnólogo não-médico, é inconteste que hipnose pode ajudar a aliviar os sintomas e trazer serenidade, ao capacitar a pessoa a apresentar respostas mais saudáveis aos estímulos do meio, à sua própria história pessoal e às suas emoções.

Tratamento e cura de hábitos e vícios

É natural o desejo humano de construir o mundo que o cerca através de suas próprias decisões. Muitas pessoas se acham aprisionadas por traços de personalidade indesejáveis ou vícios como o jogo, o etilismo, o tabagismo e a drogadição. A hipnose pode ajudar tais pessoas a expandirem o controle sobre suas vidas, devolvendo-lhes o poder de optar livremente, sem automatismos e a repetição de velhos hábitos nocivos.

Tratamento da disfunção alimentar

Em princípio, qualquer disfunção suscetível de psicoterapia, é tratável com hipnoterapia.

Assim, pois, as disfunções alimentares em geral: anorexia, bulimia, desnutrição e obesidade

Emagrecimento saudável não pode ser obtido da noite para o dia. Pelo menos não sem impor riscos e agredir o organismo com cirurgias desnecessárias, dietas rigorosas e prejudiciais ou medicamentos perigosos. E mesmo assim tais resultados raramente são duradouros.

As diferenças entre uma pessoa obesa e uma magra vão muito além do que a balança e o espelho registram.

O tratamento baseado em hipnose propõe uma reestruturação da personalidade, na qual magreza e elegância acompanham mudanças profundas e definitivas na relação do indivíduo com o mundo.

Analgesia em episódios de dor aguda ou crônica

Toda dor tem dois componentes: um físico, devido à lesão tecidual, e um psicológico, que amplifica a percepção desta dor. O emprego de técnicas hipnóticas pode desligar definitivamente o componente psicológico da dor, diminuindo por si só grandemente a necessidade de analgésicos. Excelentes resultados podem ser conseguidos também com o componente físico da dor, porém aí são frequentemente necessárias sessões repetidas ou a prática de auto-hipnose. Lombalgias e outras dores de coluna, LER/DORT e fibromialgia, dor pélvica crônica e outras síndromes dolorosas respondem muito bem à hipnose.

Anestesia para procedimentos cirúrgicos

Na literatura médica há muitos relatos de cirurgias de grande porte realizadas com anestesia puramente hipnótica. Em nosso meio tais estudos estão se iniciando, e várias pequenas cirurgias já foram realizadas tendo a hipnose como método único de anestesia. Mesmo nas ocasiões em que a anestesia química é empregada, o uso de hipnose diminui consideravelmente a quantidade de medicamentos empregados. Embora seja ainda um método experimental que não substitui a anestesia convencional, há evidências de que é uma ótima alternativa para pacientes que por quaisquer motivos não podem submeter-se a anestesia por drogas.

Hipnose em obstetrícia

A obstetrícia é a área da medicina em que a hipnose se encontra mais difundida, devido aos seus resultados impressionantes. Gestação e parto são fisiológicos e naturais, e a hipnose pode ajudar a:

  1. Aliviar a hiperemese gravídica (vômitos da gravidez), dores lombares e urgência miccional;
  2. Disciplinar a alimentação da gestante, evitando ganho excessivo de peso;
  3. Fazer profilaxia da DHEG (doença hipertensiva específica da gestação);
  4. Promover analgesia durante o parto, relaxamento muscular e tranquilidade (parto sem dor);
  5. Diminuir a incidência de distócias e outras complicações;
  6. Fazer profilaxia da depressão pós-parto e estimulação da lactação.

Hipnose no auxílio ao aprendizado

Hipnose pode auxiliar no progresso nos estudos e aumentar a chance de aprendizado em cursos e estudos regulares, bem como na aprovação em concursos.

É possível:

  1. Expandir a capacidade de memorização;
  2. Auxiliar a estabelecer maior disciplina na rotina de estudos;
  3. Motivar o aprendizado;
  4. Desenvolver serenidade, fundamental para o bom desempenho em provas.

Relaxamento e redução de estresse

Perigos reais e sobrecargas mesclam-se com as exigências da vida nas cidades.

Preocupações profissionais invadem e destroem os momentos de lazer e intimidade com a família. Vive-se constantemente em prontidão, em modo de "lutar ou fugir", a resultar hiperatividade crônica do sistema nervoso autônomo simpático e em muitos efeitos nocivos ao organismo.

O uso da hipnose (ou auto-hipnose) podem ser providenciais recursos para restaurar a harmonia e o bem-estar, pessoal e/ou convivencial.

Hipnose e insônia

O sono tem uma arquitetura toda especial, e é constituído de diversas fases, essenciais para a recuperação das funções mentais e do organismo como um todo. Os medicamentos para dormir afetam esta arquitetura e diminuem a qualidade do sono. A aplicação de técnicas hipnóticas pode ser efetiva no combate à insônia.

Auto-hipnose

Já foi dito que, segundo vários especialistas, toda hipnose é, na verdade, uma auto-hipnose.

Auto-hipnose é uma habilidade extremamente útil para a promoção de saúde e bem-estar.

A melhor maneira de aprender a entrar em transe hipnótico é receber treinamento por um hipnólogo. Via de regra, ensinar auto-hipnose é o último passo de todo tratamento com hipnose, dotando o paciente de um recurso valioso na busca de seu próprio aprimoramento pessoal.

Também pode ser utilizada apenas para atingir estado de relaxamento profundo, dormir melhor, melhorando, pois, a qualidade de vida.

Hipnose e desempenho pessoal

É uma ambição universal querer ser uma pessoa melhor, considerados todos os aspectos: pessoal, familiar, profissional, social, etc.

Aprender coisas novas, ter versatilidade e fazer cada vez melhor o que já se faz bem é anseio comum.

Através da prática da hipnose é possível suprir deficiências ou estimular traços de personalidade desejáveis, como a autoconfiança e a liderança, vencer a timidez, progredir nas relações pessoais e de trabalho ou superar suas limitações quaisquer que sejam.

Hipnose criminalística e forense

Uma das aplicações da hipnose, para fins de investigação criminalística e prática forense, é a possibilidade de regressão do paciente à lembrança de fatos passados, inclusive da primeira infância.

Pela hipnose é possível a regressão de memória, em dias, meses e até mesmo anos. Aqui se encontram as aplicações em vítimas ou testemunhas de um crime, uma vez que fatos passados são relevantes para as investigações policiais.

No Brasil, o Instituto de Criminalística do Paraná criado pelo médico e psicólogo Rui Sampaio, é o primeiro, desde 1983, na associação da hipnose como técnica auxiliar as investigações criminais e, também, na confecção do retrato falado hipnoassistido.

Tais experimentos obtiveram ótimos resultados, tendo sido criado oficialmente em dezembro de 1999, o primeiro Laboratório de Hipnose Forense, considerado o único do país.

Hipnose, misticismo, ciência e parapsicologia

As possibilidades da percepção humana vão muito além do já explorado.

Em sessões de hipnose é frequente observar fenômenos que costumam ser atribuídos à competência da Parapsicologia. Segundo a Parapsychology Association, tem-se verificado que a hipnose é uma condição favorável para a ocorrência de muitas formas de percepção extra-sensorial. A associação afirma que pessoas hipnotizadas tendem a ter um melhor desempenho em testes laboratoriais de clarividênciatelepatia e precognição. Contudo, a bem de não se recair em imponderações científicas, ou mesmo propensões de fundo sectário qualquer (espiritual, religioso, etc.), é preciso cautela a respeito, pois muitos casos que são referidos como manifestações parapsicológicas são, em realidade, manifestações ou expressões, sim, de outros estados da consciência — estados alterados da consciência.

Fenômenos assim podem ser provocados e treinados por sugestão ou podem aparecer espontaneamente. Mas, em qualquer caso, podem ser examinados em estado hipnótico. Muitos pacientes experimentam a sensação de flutuar fora do próprio corpo e poderem se deslocar a outros lugares. Outros afirmam saber o que ocorre à distância etc.

O psicólogo e parapsicólogo Charles Tart, autor de uma tese de pós-doutorado sobre hipnose, relatou experiências de "hipnose mútua", em que cada uma das duas pessoas foram hipnotizadas uma pela outra. Tart relatou vários fenômenos curiosos em tais casos, incluindo eventuais fenômenos de telepatia.

Costuma-se, também, associar à hipnose o suposto acesso a vidas passadas, que traria, também, por suposto, a conexão com a ideia de reencarnação. Contudo, a bem do rigor científico e da seriedade que deve pautar toda investigação da / na natureza, o que quer que se dê durante sessões de regressão hipnótica para além da "fronteira anterior ao nascimento" da pessoa hipnotizada nada permite afirmar inequivocamente, a favor ou contra, a preexistência da pessoa em vida(s) passada(s), como pretendem os reencarnacionistas. Por outro lado, evidências existem as tantas de forma a apontar para a existência das chamadas vidas passadas (fenômeno da retrocognição induzida através da hipnose), tal como vemos no sério trabalho de J.H Brennan.

A mesma cautela deve ser reportada no trato da chamada terapia de vidas passadas – TVP, de modo que, com ou sem hipnose, não se façam afirmações eventualmente infundadas, não suportadas por critérios observantes do método científico. Ao que pese o misticismo que atravessa a TVP, muito mais por razões de crendices do terapeuta do que da TVP propriamente dita, tal fato não descartam as evidências da sobrevivência da consciência e de sua existência antes do nascimento. Diante disso, a ciência até o momento não consegue explicar satisfatoriamente como uma célula zigoto se especializa formando todo o corpo humano sexuado do ser humano. Uma ordem subjacente parece existir e que é anterior ao corpo e ao sistemas orgânicos. Tal ordem foi chamada por Hernani Andrade de "Modelo Organizador Biológico". As evidências deste modelo, também chamado de "duplo astral","psicossoma", "perispírito" ou ainda simplesmente "corpo astral", estão espalhadas em diversos fenômenos, tais como: experiência de quase morte; experiência fora do corpo; aparições; mediunismo; e outros. Assim, a hipótese das vidas passadas está ancorada no princípio de que o Eu não é o corpo, mas transcende-o, pre-existindo ao nascimento e pós-existindo a morte.

Hipnose é, pois, em última análise, um estado não-ordinário de consciência, com todas as suas idiossincrasias que a caracterizam univocamente, e pode ser utilizado em benefício do ser humano em praticamente todas as facetas da sua vida, como visto.

Hipnologia, como estudo da hipnose, é um instrumento de estudo da mente humana, sob o aspecto da consciência, capaz de suscitar respostas impressionantes. Contudo, há muito a ser conhecido e explicado a respeito.

Disposições legais

A legislação do Brasil não restringe o uso da hipnose apenas a médicos, odontólogos e psicólogos. Todos os profissionais que aprenderam as técnicas de hipnoterapia, e cada qual em sua área específica de atuação, podem utilizar esta técnica sem nenhuma restrição.

Nada impede que profissionais da saúde, tais como fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, enfermeiros e paramédicos, entre outros, se utilizem de hipnose para beneficiar a seus pacientes.

Por outro lado, aqueles que defendem a sua disseminação entre outras profissões destacam a quantidade de benefícios que pode trazer, se mais praticantes preparados e certificados em hipnose pudessem oferecer o seu trabalho à população, seja na redução de distúrbios psicossomáticos, como também evitando justamente o mau emprego da hipnose por praticantes habilitados.

 

 

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Quem é susceptível de ser hipnotizado?

Nem toda as pessoas são hipnotizáveis. Hilgard fez experiências com estudantes universitários e só 25% foram hipnotizáveis; e desses só ¼ entrou em transe profundo.

Você é hipnotizável?

A hipnose é muito mais comum do que se imagina. Você já deve ter se auto-hipnotizado milhares de vezes e nem percebeu. Um exemplo: sabe quando você está indo para algum lugar, mas acaba se distraindo com os próprios pensamentos e ao chegar nem se lembra do caminho que fez? É uma forma fraquinha de hipnose. "O estado hipnótico é parecido com o que acontece quando você fica absorto, lendo um livro ou vendo um filme", afirma o psiquiatra e especialista em hipnose David Spiegel, da Universidade Stanford. É um estado de grande atenção, em que o cérebro foca em uma coisa e se desliga do resto. Mas não tem nada de extraordinário; é um mecanismo que faz parte do funcionamento normal do cérebro.

Os fatores que interferem são:

Idade: a susceptibilidade à hipnose aumenta até mais ou menos aos dez anos, depois diminui à medida que os indivíduos se tornam menos conformistas.

Personalidade: são mais susceptíveis as pessoas que tendem a envolver-se com as suas fantasias.

São menos susceptíveis as pessoas que:

Se distraem facilmente;

Têm medo do novo e diferente;

Revelam falta de vontade de obedecer ao hipnotizador;

Revelam falta de vontade de ser submissas.

Superinteressante

 

O lado perigoso da hipnose...

No filme Sob o Domínio do Mal ("The Manchurian Candidate", 1962), Frank Sinatra faz o papel de um major americano que é hipnotizado pelos comunistas para matar o presidente dos EUA quando ouvir um sinal por telefone. Isso é possível? Mais ou menos. A sugestão pós-hipnótica realmente existe - é possível programar o cérebro de pessoas altamente suscetíveis. Mas só com instruções muito simples (pular ao ouvir um sinal). Ela não funciona com ordens complexas, que envolvam várias etapas de raciocínio ou sejam contra a índole do indivíduo; se a pessoa normalmente não mataria o presidente, não irá fazê-lo sob hipnose. Além disso, é possível resistir à sugestão pós-hipnótica, que costuma desaparecer após alguns minutos (em casos extremos, alguns dias). Ou seja: ao contrário da crença popular, uma pessoa hipnotizada não vira um robô nem fica em transe para sempre se o hipnotizador sumir. Isso não quer dizer que os hipnotizados não possam ser induzidos a fazer coisas que não querem (ou não existiria o truque de fazê-los comer cebola achando que é maçã).

Também é possível hipnotizar as pessoas mais sensíveis contra a vontade delas, usando truques para pegá-las de surpresa. O psiquiatra americano Milton Erickson costumava dominar seus pacientes com um simples aperto de mão. Ele massageava o pulso do paciente, que ia ficando relaxado e sem reação. Seja como for, não é preciso ter medo. Mesmo se você for altamente sensível, basta ficar longe dos hipnotizadores ou não prestar atenção neles. Afinal, hipnose é um estado extremo de atenção. Se você não presta atenção, não pode ser hipnotizado. Também não há evidências de que a hipnose cause qualquer dano. Ela só tem um risco: pode induzir falsas memórias.

É isso aí. Ir a um terapeuta, sentar-se no divã e fazer hipnose com o objetivo de acessar memórias reprimidas é bastante perigoso. Como desconecta o sistema límbico, que é o responsável pela formação e manutenção das memórias, a hipnose realmente pode levar a falsas lembranças. Se um terapeuta estiver convencido de que um paciente sofreu abuso na infância, por exemplo, pode hipnotizá-lo para que ele tente se recordar do fato - e acabar implantando sem querer (ou de propósito) a memória de uma coisa que nunca aconteceu. Isso começou a ficar evidente nos anos 90, quando uma série de casos foram parar na Justiça dos EUA. Depois da hipnose, elas passaram a se lembrar de acontecimentos medonhos, como abuso sexual e rituais satânicos, que na verdade jamais tinham ocorrido. Isso causou um grande escândalo, e levou a Universidade de Washington a fazer uma série de estudos impressionantes sobre o assunto.

Os pesquisadores descobriram que, sob hipnose, 70% das pessoas ficam receptivas a falsas memórias. E as terapias que prometem acessar memórias reprimidas são muito nocivas: fazem com que os pacientes corram maior risco de perder o emprego e a vida social e tenham até 500% mais possibilidade de ir parar num hospital psiquiátrico. Por isso, hoje esse tratamento é desaconselhado pela Associação Médica Americana. Se você for fazer algum tipo de hipnose, evite técnicas e exercícios que mexam com a memória. Tirando isso, não há problema. A hipnose é uma ferramenta poderosa, que já vem embutida no cérebro e pode ser usada de maneira positiva. O pior que pode acontecer é ela não funcionar com você.

Mas calma... você é pelo menos um pouquinho hipnotizável, não é? Relaxe, feche os olhos, respire. Sua cabeça está ficando pesada, pesada e cansaaada...

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Olhe para cá!
E antes de começar a ler a reportagem, siga estes passos para se auto-hipnotizar

1. Pare
Vá para um lugar bem silencioso (ou coloque fones de ouvido tocando uma trilha sonora bem suave, new age mesmo). Sente-se da forma mais confortável possível e mantenha as pernas e os braços separados. Descanse alguns minutos.

2. Imagine
Agora imagine que você está dentro de um barquinho, num lago bem tranquilo. Sinta como o barquinho balança devagar e agradavelmente. Para a frente, para a direita, para trás, para a esquerda...


3. Sinta
Uma enorme preguiça toma conta da sua perna esquerda. Pense: "Minha perna esquerda está ficando pesada, cada vez mais pesaada e cansada". Mentalize por alguns minutos - até sentir que a sua perna realmente ficou semiparalisada.


4. Renda-se
Agora é a perna direita que está ficando pesada. Cada vez mais pesaada e cansada... Repita o processo com ela e com os braços, primeiro o direito e depois o esquerdo, até que todos os seus membros fiquem dormentes.


5. Induza
A esta altura, você deve estar respirando bem devagar e sentindo um relaxamento profundo. Parabéns! É o estado de indução hipnótica. Agora mentalize um objetivo simples (como "vou comer menos" ou "não sentirei mais vontade de fumar").


6. Desperte
Depois de repetir a mentalização por alguns minutos, pare e diga a si próprio que a hipnose acabou. Vá despertando sem pressa, até voltar ao normal. Você sentirá sonolência e leve desorientação, como quem acaba de acordar.



As portas da percepção
Os 5 métodos mais usados para hipnotizar


Fixação de olhos
É o clássico método do reloginho, e foi criado por James Braid - o inventor da palavra "hipnose". O hipnotizador pede ao paciente que se concentre fixamente em algum objeto.


Narrativa
Consiste em pedir ao paciente que relaxe membro a membro - após o que, num tom calmante, o hipnólogo o leva a imaginar uma história.


Confusão
Criado para lidar com pessoas resistentes, consiste em iludir a pessoa com atos incomuns - como um aperto de mão que se prolonga e vira uma espécie de massagem.


Desequilíbrio
O hipnotizador diz ao paciente que se coloque numa posição na qual seja difícil se manter de pé. E ao mesmo tempo, pede que ele se concentre em seus membros.


Choque
Consiste em simular uma hipnose comum, passando as mãos na cabeça da pessoa - mas de repente fazer um gesto brusco, jogando a cabeça para trás enquanto grita "durma"!



Isto aqui dá - O que a hipnose realmente pode fazer...

Anestesiar uma pessoa
Funciona. Em 1845, antes da popularização da anestesia, o médico escocês James Esdaile já usava a hipnose em cirurgias e amputações.

Curar tabagismo, compulsões e vícios em geral

Funciona. Mas o tratamento também deve ter terapia, e é preciso refazer periodicamente as sessões hipnóticas.

Implantar memórias

Funciona. Há casos de falsas memórias que acabaram na Justiça e começaram na atuação desastrada (ou maldosa) de hipnoterapeutas.

Sugestões pós-hipnóticas

Funciona. É possível condicionar uma pessoa para que ela reaja a certos sinais - como pular toda vez que ouvir determinado som, por exemplo.

Hipnotizar alguém à força
Funciona. Existem técnicas que permitem hipnotizar a vítima sem que ela perceba. Mas isso só dá certo se você dedicar atenção ao hipnotizador.



Isto não dá - Veja em que situações a hipnose não tem o menor efeito...

Apagar memórias
Não funciona. Pessoas altamente hipnotizáveis podem se esquecer de acontecimentos, mas acabam se lembrando deles após algum tempo.


Acessar memórias reprimidas
Não funciona. As supostas lembranças (que no Texas são aceitas como prova judicial) são contaminadas pela imaginação.


Hipnotizar bichos
Não funciona. Hipnose é um fenômeno da parte mais moderna do cérebro humano. O que acontece com animais é apenas catatonia (paralisia).


Controle da mente
Não funciona. Mesmo pessoas altamente hipnotizáveis não se tornam zumbis. E a hipnose cessa após alguns minutos (ou quando o hipnólogo vai embora).


Regressão a vidas passadas
Não funciona. Mesmo porque a ciência não acredita em reencarnação.